Insana Responsabilidade


Insana Responsabilidade



Carinho, afeto e compreensão..
Embalados por uma reciprocidade imaginária
que não beira bobagens e sandices sem fim.
Embalados apenas pela realidade do abraço
envolvente, acalentador e protetor que guarda
uma insana responsabilidade do que o “on” ocultou.

Insana responsabilidade, que das profundezas lança
o verbo, que faz-se conjugar muito além de
detalhes, justificativas, vontades e explicações.
Verbo que volta conjugado tripudiando, julgando,
condenando e crucificando com a volúpia e malícia
de quem nunca se entendeu, conheceu e acarinhou.
Verbo que cala e omite a verdade, fomentando e
atiçando a ira da indolência e da incoerência;
da luxúria barata, vulgar e banal; da vã tentativa
desesperada em ser o que nunca conseguirá ser.
Verbo que contradiz a realidade das ações,
palavras, lágrimas, alegrias, dúvidas e aflições.
Verbo que mata os chamegos e os deleites,
borrando imagens não profanas que evidenciam
o êxtase da magia, paixão, tesão e sedução.

Desde a reverência às alianças, intimidades, idolatria
e cumplicidade com o que de mais obscuro e infame
há, o verbo fez-se realidade, transformando-se em
êxtase supremo, em gozo divinal, na orgia dos
deuses, na desforra e na vingança. E, a certeza de
que fazes parte nisso tudo, aprofunda ainda mais
a insana responsabilidade de guardar o que
o on e o off ocultam e não querem revelar.

Insana responsabilidade...
Que sente e enxerga além da ilusão e desilusão.
Que vive a realidade do bem querer à utopia do
tudo querer, tudo poder e tudo engendrar.
Que carrega na alma e no coração a certeza de que
seus passos serão seguidos tanto nas trevas quanto
na luz, abrindo horizontes que colorem a esperança
para quem da insanidade faz sua vida real.


(Lélia-LMSPP)


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