O desejo homossexual é espontâneo e involuntário. Não se trata de escolher (ahh, eu vou ser gay).
Dependendo do ambiente que vive, tanto familiar como social, o jovem tende a se sentir encurralado pelo preconceito, pela culpa, pelo pavor da rejeição e pela tortura de ter que esconder esse segredo da família e dos amigos, além da vergonha. Quando consegue expor sua orientação sexual, em geral já está num processo avançado de auto-aceitação.
Quando os pais descobrem que seu filho é gay, é natural que reajam mal, que o teto caia, porque, além do preconceito social, existe a frustração das próprias expectativas e sonhos, “onde foi que eu errei?”
Negar o fato é a primeira reação de defesa.
Depois vem a idéia de que: meu filho está fazendo isso de propósito para me enlouquecer, a culpa é das más companhias. Diante do desespero, os pais chegam a ter atitudes violentas, tanto físicas quanto emocionais.
Para os filhos, a dor e sofrimento maior dizem respeito à auto-aceitação, à dificuldade de carregar uma culpa por não ter sido capaz de cumprir expectativas familiares e sociais. Nessa fase, ocorre o afastamento, as relações tornam-se superficiais, revestidas de segredos, mentiras e dissimulação.
E agora?
Acolha-o com carinho, demonstrando todo o seu amor e procurando aceitá-lo. Abra mão dos preconceitos e convença-se de que ser gay não é ser ou estar doente. Tente compartilhar com outros pais os sentimentos que está vivenciando (na maioria das cidades há grupos de apoio orientados por psicólogos para os pais de filhos gays ou lésbicas).
Não queira se convencer ou deixar convencer que a homossexualidade tem cura. Curar o quê? O que
precisa ser tratado é a mente de pais e filho, para conseguirem chegar um estágio de convivência pacífica, harmoniosa e sem sofrimento.
A vergonha maior está em renegar o filho apenas pela opção sexual.
Eu, primo pelo seguinte:
Creio, a partir do testemunho do Evangelho, que Deus ama as pessoas sem distinção. Está claro, também, que tanto as pessoas que se sentem atraídas sexualmente para o mesmo sexo como as que se sentem atraídas para o sexo oposto precisam da graça de Deus para serem salvas. Nenhuma pessoa é salva por causa do seu comportamento sexual. O apóstolo Paulo escreve:
“... Não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por causa da graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus."
(Rm 3.23)
Em todas as situações e para com todas as pessoas, deve prevalecer o amor, que é o maior dos dons (1Co 13).
Infelizmente há pais e mães que impelem o filho a tentar ou cometer o suicídio ante sua intolerância, pensando apenas com o que os “vizinhos” irão falar e a vergonha em serem reconhecidos como pais e mães de gay ou lésbica, em momento algum preocupando-se com o que passa no coração e na mente do filho. Eles preferem carregar o remorso até o túmulo por perder o filho de uma maneira tão estúpida do que tentar compreender e aceitar a opção dos filhos
(Lélia-LMSPP)
Why Me Lord
There Goes My Everything
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