Educação

Educação


Ter filhos deveria ser algo muito sério e bem pensado, pois exige responsabilidades, dedicação, abnegação, dinheiro, tolerância, tempo para adestrar e educar. Porém, o que vemos nos dias de hoje é simples- mente o oposto, apenas machos e fêmeas procriando no mesmo ritmo do mundo animal, eximindo-se de responsabilidades e obrigações.

Dizer que antigamente (época dos nossos pais e avós) era mais fácil educar os filhos, é mentira. Havia conflitos e questionamentos também. Porém, como na maioria das famílias os filhos eram levados no ca- bresto, a ferro e fogo, limitando-os a respirar e tra- balhar, seguindo as ordens patriarcais, aparente- mente a educação era simplória sim. Mas na verda- de, os filhos não passavam de escravos brancos de luxo.

Educar os filhos nunca foi e nunca será uma tarefa fácil. Essa é uma obrigação dos pais, única e ex- clusivamente dos pais. Não é da escola, nem da so-ciedade, muito menos de um sistema, nem tão pouco do governo. A obrigação de mostrar os caminhos da retidão, alertando para os perigos da vida, armadilhas e engodos é obrigação dos pais.Para poder colocar isso em prática, é preciso que haja uma escala hie- rárquica, um padrão de valores e conceitos que de- vem ser seguidos, aprimorados, fomentados e res- peitados.

Lembro como se fosse hoje o dia em que, nós pais, começamos a perder a autoridade e pátrio poder sobre os filhos. Foi no dia em que, um bando de psicopedagogos, psicólogos e terapeutas reuniram as crianças nos auditórios dos colégios e lhes leram os direitos da criança, sem no entanto, LEREM-LHES também os deveres e obrigações. Os pais foram pintados como monstros e agressores.Muitas dessas crianças, após escutarem esses hipócritas, chegaram em casa de dedo em riste, apontando-o para os pais e ameaçando-os. Frase típica da época: se me der um tapa vou ligar para o conselho tutelar ou polícia e tu vais preso.

Esse bando de hipócritas que resolveu jogar todos os pais num mesmo saco, confundindo liberdade com libertinagem, misturando imposição de limites com agressão física e violência, são os mesmos hipócritas que hoje vão na mídia berrar por justiça no caso da Isabella e da Eloá.São os mesmos hipócritas que de- fendem os direitos humanos dos bandidos e, o cida- dão do bem que se phoda. São os mesmos hipócritas que acusam a polícia de violenta quando esta age e, de negligente quando recua por imposição da situ- ação. São os mesmos hipócritas que se alimentam de carniça e querem arrotar carne fresca.

Os mesmos hipócritas que em tempos idos induziram e amedrontaram os pais quanto à educação dos fi- lhos, são os mesmos que hoje passam o dia dando audiência para programas sensacionalistas de 15ª categoria, vendo o fruto de seus ensinamentos e im- posições agindo de forma trágica e por vezes bárbara. Passam o dia cobrando justiça e acusando a polícia quando essa tenta realizar o seu trabalho de forma fria e racional como ela deve ser. Tentando com isso, amenizar a culpa que carregam no peito pela besti- alidade outrora cometida.

Alguns pais, assim como eu, simplesmente manda- ram à merda a cartilha dos direitos das crianças entregue nas escolas, assim como os dedinhos em riste. Meu filho mais velho, uma única vez se atreveu a me mostrar o tal dedinho e falar em conselho tutelar e polícia. No mesmo dia fui na escola e, sem rodeios e floreios disse para a diretora o seguinte: - enquanto eu for a responsável pela educação dos meus filhos, tiver que responder judicialmente por eles, tiver que pagar a fiança para tirá-los do xilindró, assim como, ser a responsável por alimentá-los e vesti-los, eles levarão tantos quantos tapas forem necessários quando julgar necessário e inevitável e, se ela pas- sasse a assumir todas estas obrigações, aí sim, ela poderia falar em conselho tutelar e polícia. Estou esperando a resposta da diretora até hoje..

Muitos pais aproveitaram à febre da cartilha dos direitos da criança entregue pelos filhos, para sim- plesmente esquecerem e ignorarem suas obrigações para com esses. Passaram a ignorar e dizer sim para tudo, pois era mais fácil e conveniente. Os filhos passaram a ditar as regras e as normas. Os pais, em nome do comodismo e de uma vida fútil e inútil, deixaram o barco solto, a mercê da maré e das correntes.

Mães obcecadas por shoping, tratamentos de beleza, cabeleireiro, moda, festas, regimes e futilidades, pas- saram a ver os filhos como estorvos, repassando a obrigação da educação e orientação desses, para as escolas, empregadas e governo.

Mães parideiras, procriadoras da bolsa família, vale gás, bolsa isso e aquilo, simplesmente passaram a preocupar-se com o auxílio que receberão no final do mês. Fazer filhos é uma questão de matemática, quanto mais “fio”, mais “borsa” ganhará. Depois de paridos e o cartão “bolsa alguma coisa” devidamente cadastrado e liberado, o mundo ou traficantes que tomem conta desses rebentos.

Permitir que as crianças brinquem, antes de qualquer outra coisa, faz parte da educação, da evolução e desenvolvimento humano. Porém, o que vemos são meninas de 3, 4 e 5 anos vestidas como adolescentes, maquiadas, preocupadas com griffes e sensualidade. Onde estão as mães dessas crianças??
Vemos meninas de 6, 7, 8 e 9 anos, ao invés de brincarem de boneca e casinha, brincam de “xexeca”. Cadê os pais dessas crianças??
Vemos meninas de 10 e 11 anos se comportando feito gatas no cio, incentivadas e aplaudidas pelas mães pela sexualidade precoce. Aliás, quantas mães e pais falam sobre sexo com seus filhos desde a mais tenra idade de forma coerente e instrutiva??
Vemos meninas de 12 sendo chamadas de encalhadas porque ainda não transaram e não mostraram a “xexeca” para no mínimo 05 colegas de classe.

Os filhos da geração da libertinagem estão perdidos, desorientados e desamparados. Os pais tornaram-se reféns do comodismo e da irresponsabilidade. Pri- meiro ensinar, para depois poder cobrar atitude e postura dos filhos virou coisa do passado, algo jurássico e sem valor. O que importa é não dizer não para os filhos, eles podem ficar traumatizados. É fazer todas as vontades e manias mesmo que não tenha dinheiro para tal, se assim não for, eles irão virar bandidos. O que importa é mostrar para os filhos que aparência é tudo e, que caráter se compra no su- permercado. Não se iludam que isso se aplica apenas para os mais abastados, vã ilusão. Isso acontece de forma proporcional ao meio em que vivem, desde as classes mais miseráveis até a nata.

Filhos precisam de rédeas curtas, da voz de comando dos pais, do som da ditadura entoada melodiosa- mente, sem no entanto, ferir ou transgredir os direitos de cada um.

Filhos precisam ouvir mais não do que sim, porém, com a devida justificativa e explicação. Precisam saber que a liberdade deles termina onde começa a do outro. Precisam saber que na vida há uma escala hierárquica para tudo e, que todos os degraus devem ser escalados usando do respeito para querer ser respeitado. Filhos precisam de pais responsáveis e, que saibam impor sua autoridade de forma firme e convincente, não passando essa responsabilidade para terceiros como forma de fuga e desculpa para seus fracassos e incapacidades.

Filhos precisam de umas chineladas no traseiro, umas palmadas bem dadas vez ou outra. Não me venham com a ladainha que agressão gera agressão. No dia que um belo tapa num traseiro for agressão, a humanidade terá perdido de vez a vergonha na cara e coragem de rever as rédeas da educação. Um sim na hora errada traumatizada muito mais que o ardor de uma chinelada. A conivência transforma em delin- qüentes, bandidos e assassinos os filhos, porém, até hoje não vi uma bela reprimenda ter esse poder.

Crianças, jovens e adolescentes não tem noção do perigo, visão da retidão e comunhão porque nunca foram orientados pelos pais. Vamos parar de jogar a culpa no “sistema” e, cada pai e cada mãe assumir suas responsabilidades com os filhos. Assim, have- remos de ter uma geração mais lúcida e menos violenta.

Enquanto não houver controle de natalidade, é utopia pensar em educação de modo generalizado. Enquanto as mães não pararem de brincar de melhor amiga das filhas, continuaremos a ter prostitutas mirins num índice cada vez mais alarmante. Enquanto os pais se limitarem a achar que paternidade se resume a uma “trepada” para fecundação de um óvulo, conti- nuaremos a ter marginais mirins e assassinos juvenis como dantes nunca visto. Paternidade e maternidade responsável, não têm nada haver com amizade, são dois caminhos que andam em sentidos opostos, uma vez que, a amizade não tem responsabilidade nenhu- ma sobre o domínio que a razão deve exercer sobre a vontade. A amizade não tem obrigação com proteção e vigilância, tudo é permitido e, é aí que mora o peri- go, a amizade vira falta de proteção na visão dos filhos.

Sou do tipo de mãe que jamais direi: - meuuuu filho não fez isso, meuuuuuuu filho é um santo, meuuuuu filho...meuuuuuu filho...
Aqui, escreveu não leu, o pau comeu. Não importa a idade ou à distância. Eles que o digam se alguém achar que é conversa pra boi dormir.

E, no caso de Santo André, a polícia errou sim, errou feio por não ter dado um tiro no meio da testa do indivíduo na primeira vez que apareceu na janela. De santos, ingênuos e mal amados o inferno está abarrotado..

(Lélia-LMSPP)

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