Amor-próprio Ferido

Amor-próprio Ferido


Quem ousará dizer que nunca teve o amor-próprio
ferido?? Muitos o negarão com certeza. Porque,
admitir amor-próprio ferido é ter que reconhecer
as próprias limitações, admitir erros e falhas.
É ter que reconhecer que às vezes é preciso pedir
perdão sem ter o que perdoar, abrir o coração e
desnudar a essência sem medo do que virá. Porém,
é preciso não confundir esse amor-próprio que diz
respeito à dignidade, exigências morais e sociais
com o orgulho, que é sinônimo da soberba,
irmão univitelino da inveja e cobiça.

Quando olhamos ao redor e sentimos que os
comportamentos, valores, atitudes e posturas
que eram sustentados pelo companheirismo,
amor e solidariedade degeneraram-se e
esvaeceram-se,é porque estamos com o
amor-próprio ferido ou dilacerado.

Quando olhamos para trás e sentimos toda uma
história de lutas, de conquistas, cumplicidade,
enlevamento e conexão de almas ser destroçada,
enlameada e espezinhada, quando é dolorido admitir
que, talvez tudo tenha sido em vão, que a banalidade
e trivialidade sobrepujaram essa história, é porque
estamos de amor-próprio ferido. Houve abalos à
dignidade e ruptura de exigências morais.

Para amenizar a dor desse amor-próprio ferido,
traçamos fugas e cavamos desculpas para justificar
e diminuir nossas imperfeições e limitações, para
minimizar os erros, as falhas e as incoerências.

Para sará-lo só há um caminho, é preciso acreditar
que os valores, atitudes e posturas compatíveis com
o bem, sempre deixarão frutos que hão de produzir
sementes, germinarão e recomeçarão o ciclo.
É preciso acreditar que, as energias positivas mesmo
subjugadas pelas negativas em alguns momentos,
sempre prevalecerão enquanto houver dinamismo,
determinação, simplicidade e capacidade de perdoar.

A cura total estará na capacidade de compreender
as imperfeições morais, equilibrando a razão e o
sentimento de forma sensata e lúcida.

(Lélia-LMSPP)

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