Eu Já Sabia

Eu Já Sabia


Sem medo algum confesso que, em nenhum
momento tive a ilusão de que o basquete
brasileiro chegaria até Pequim. É triste, mas é a
mais pura das verdades. Como mãe de basqueteiros,
não poderia e nem deveria pensar assim, não é??
Penso sim.. Digo e reafirmo para quem achar que
não sou patriota, não amo meu país, etc. e, explico.
Tecnicamente estamos num patamar que beira a
mediocridade. É muito atleta “jogando” única e
exclusivamente para o seu ego.

Se, os atletas que atuam na NBA e em equipes
européias tivessem jogado pela seleção brasileira,
a situação poderia ser diferente? É evidente que sim.
Porém, quem somos nós para julgar ou condenar a
recusa destes atletas para atuar pelo Brasil?
Eles não chegaram até onde estão porque temos
um basquete organizado; baseado na seriedade;
preocupado com a formação de base que, deveria
ter por obrigação seguir a mesma linha técnica e
tática em todas as federações; porque os clubes
recebem incentivos e não são obrigados a fechar
as portas ao final de cada temporada.
Chegaram apenas pelos méritos pessoais e
obstinação de alguns, raros, técnicos.

Infelizmente, os dirigentes brasileiros insistem em
querer andar de marcha ré, ao invés de acompanhar
a evolução mundial do basquete. Brigas e rixas na
CBB acabam com atletas e clubes.

Jogar “por amor a camisa brasileira” não paga
aluguel, não compra carro, apto, casa, comida.
Não paga as contas no final do mês. Não compra
os livros do filho muito menos recreação.

Indiferente de qual esporte for, atleta ter que pagar
do próprio bolso o seguro que os clubes exigem para
haver a liberação dos mesmos, é o fim da picada.
É o cúmulo dos cúmulos. No basquete, a CBB tem
obrigação de fazer das tripas o coração para
arrecadar estes valores junto aos patrocinadores.
Afinal de contas, para quem sobram as contas a
serem pagas quando um atleta se machuca e fica
meses sem poder jogar?? Na maioria das vezes,
sobre para o clube contratante ou o próprio atleta.

Ops.. voltando para os atletas que não jogaram.
Alguém tem alguma dúvida que, aqueles que se
recusaram a jogar, alegando motivos pessoais não
foi uma represália escrachada contra a CBB?
Que foi o ponto afinal, para acabar de vez com
a capenga do nosso basquete?? Iniciar uma nova
fase, uma nova era, uma nova mentalidade,
liberta de vícios e artimanhas??
Só quem não gosta de basquete ousará cogitar
ou especular outras hipóteses.

Seria muito hipócrita se dissesse que não torci para
a Alemanha, para o basquete simplesmente
maravilhoso do Dirk Nowitsky, que não torci para
um basquete organizado, estruturado, que está
evoluindo estrondosamente a cada ano, enquanto
nós, continuamos a engatinhar, sustentado pela
teimosia, fomentado por vaidades e brigas homéricas.

Estão pensando que escrevi isto por dor de cotovelo,
porque não há filho meu lá, por despeito?? Errou..
O Rodrigo recém está se firmando como atleta, falta
muita bagagem e experiência para não fazer o Brasil
passar vergonha e, o Leo, apenas está engatinhando.

(Lélia-LMSPP)