Mundo Virtual

Mundo Virtual


Até algum tempo atrás, internet era algo para os
jovens, para o trabalho.. para os idosos??!! Nem
pensar, esta modernidade era inaceitável para eles.

Os dias foram passando, a era cibernética foi
invadindo todos os espaços e virou febre entre
aqueles que diziam ter aversão a tal modernidade.

Assim como a vara de bambu enfrenta a maior
ventania apenas envergando sem quebrar,
igualmente devemos agir e ser ante as inovações
e modernidades que nos são ofertadas.
Ficar preso a hábitos, pensamentos enraizados,
visão bitolada e alienada é negar o dinamismo,
fechar-se para o novo e não ter capacidade de
aceitação e tolerância das complexidades.

Uma grande parcela das pessoas de meia idade,
que nunca haviam tido contato com o virtual,
igualmente estão seduzidos por tudo que é
possível desvendar navegando por um mar sem
fim, chamado internet. Alguns chegaram através
dos filhos, pelos netos, alguns pela curiosidade,
outros por terem um vínculo de paixão antiga pelo
virtual e, outros tantos por indicação médica.

Engana-se quem pensa ou tem certeza que os
jovens são os que mais confusões arranjam no
mundo virtual. Os jovens tem o poder de criar uma
sociedade em rede, burlar as divisões sociais e,
ultrapassar a capacidade educativa e cultural que
a maioria da meia idade ou idosos, nem em
pensamento conseguem atingir.

Qual a razão desta proeza dos jovens?

É simples. Eles primam pela sociabilidade,
enquanto o grupo da naftalina usa a internet para
afogar a frágil sociabilidade em que se encontram.
Os jovens usam o virtual para firmar e aumentar
as amizades e laços afetivos, enquanto uma grande
parcela dos mais velhos faz do virtual seu único meio
de diversão e ferramenta para sair do isolamento.

É aqui, onde começam as grandes divergências
no mundo virtual: sair do isolamento.

Para sair do isolamento, não basta sentar defronte o
PC e achar que o mundo está a seus pés, a mercê de
suas vontades, maluquices, doideiras ou devaneios.
Que os internautas tem obrigação de aceitarem e
dizerem amém para tudo que escreverem ou,
concordar sem ressalvas e contrariedades com seu
modo de ser, agir e escrever.
Infelizmente, os encrenqueiros de plantão, pensam
e agem exatamente desta forma.

No mundo virtual, idade não é voz da experiência,
muito menos, ditadora de normas e regras. Nem tão
pouco,diferencial para modo de tratamento.
Aqui, é permitido escrever qualquer bobagem, desde
que, “saibamos” também, ler qualquer bobagem.
É permitido criar identidades, desde que, a recíproca
seja verdadeira, sem imposições ou limitações.
Aqui, é permitido fofocar, porém, não pense que
estarás imune ao próprio veneno e maledicência.
Aqui, é permitido viajar no imaginário, mas não
queira ou exija que todos compactuem com isto.
Aqui, é permitido brincar de criança grande, fazer
do cotidiano uma trivialidade, sem no entanto, usar
desse artifício para impor sua insegurança e falta
de perspectiva para o futuro.
Aqui, é permitido ir e vir, em meio à calmaria ou
confusão, sem remorsos e sem perdas, pois o que
rege de verdade o mundo virtual, é a instabilidade.

Jovens, idosos ou qualquer idade que for,
se, não estiverem abertos e preparados para encarar
o novo, é melhor nem se aventurarem. Porque, além
de fazerem da vossa vida um inferno, a dos outros
igualmente será transformada numa fornalha que,
a qualquer momento poderá te devorar,
sem dó nem piedade.

O mundo virtual abre horizontes e possibilidades
outrora inimagináveis. Portanto, aproveitemos da
melhor forma possível tudo que ela nos oferece,
sem haver classificações quanto à origem social,
países visitados, nível cultural e educacional.
Saibamos sentir com a alma e o coração as palavras
do sociólogo Manuel Castells e, entendendo que, é
preciso duas partes ou mais para arranjar confusões:
Internet é um instrumento que desenvolve, mas que
não muda os comportamentos, ao contrário, os
comportamentos apropriam-se da Internet,
potencializam-se e amplificam-se a partir do que são.

(Lélia-LMSPP)



Rancho Coração
(Délcio tavares)

Nestes junhos de invernias
Com prenúncios de geadas
Busco na luz das estrelas
Os olhos da minha amada

No meu rancho coração
Me emponcho de soledade
Abro as portas pra os recuerdos
Da “oh de casa!”, a saudade

Meu rancho de porta aberta
E cheio de boas vindas
Está vazio com tua ausência
Por isso é mais triste ainda

Guitarreio melodias
Entropilhadas de amores
Grafadas nos aramados
Com as tramas dos corredores

Se os junhos trazem as cheias
Mesmo em clima de verão
Tua ausência traz saudade
No meu rancho coração

Talvez um dia tu voltes
Para cevar o meu mate
Trazendo do verão em junho
No outono em arremate

Quando chegar meu inverno
Não estarei mais sozinho
E os rios que correm em mim
Transbordarão de carinho

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