Dias Cinzentos

Dias Cinzentos


Nuvens escuras e espessas estão a esconder o
sol, que timidamente, mal consegue o dia iluminar.
O vento gélido embala as camélias, enquanto
algumas nuvens atrevidas tentam seu olor surrupiar.
É o prenúncio de mais uma noite gelada, a certeza
do vento ferindo as flores, onde haverá corpos
aquecidos e confortavelmente aninhados.
Outros tantos se apinharão ao redor de uma lata
de carvão em brasas para poder sobreviver,
tentando vislumbrar na dança das brasas,
a esperança de um dia melhor.

Dias cinzentos e opressores, feito um manto
carregado de maldade tentando a vida derrotar.
Roubando o brilho do novo dia, levando consigo
a algazarra majestosa dos pardais. Só não
consegue derrotar a liberdade que vagueia pela
experiência de harmonia e invenção no concerto
As Quatro Estações de Vivaldi, onde os avisos da
tempestade que desabará é um refrigério para
a alma e o coração, um vôo para a liberdade e
não a destruição, pois o céu pertence aos sonhos,
ao brilho do sol que aquece a brisa suave que
envolve a todos e acaricia o corpo em euforia.

(Lélia-LMSPP)

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