Viagem Sem Fim

Viagem Sem Fim


A mente cobiçava e desejava o que de real os
olhos não podiam ver, muito menos as mãos tocar.
Fantasias e divagações surgiam em forma de
cantata que num rompante corroia e doía. Não
tinha clave muito menos partitura, mas tinha o
poder da sedução em forma de envolvente magia.
Sílabas disformes rabiscadas ao acaso arremetiam
a frontalidade de sonetos bocageanos, que por vezes
induziam a vibrações lancinantes e preocupantes.
Navegando entre o engraçado e o erótico,
o imaginário continuava a alimentar o desejo pelo
que os olhos não viam, mas sentiam e queriam.

Eis que, num rompante de fúria, o que de real a mão
alcançava, imposição demonstrou e aos brados urrou:
- Ou ela ou eu.

Fantasia ou realidade.. Uma viagem sem fim.
Feito barco singrando pelos confins rumando ao
poente em busca de calmaria em águas cristalinas,
que sugestionarão se a viagem um dia terá fim.

(Lélia-LMSPP)

Image and video hosting by TinyPic