Incoerências II

Incoerências II


Esbaldar-se nas Tragédias..
O quê seria exatamente isto?

Toda tragédia é um banquete para a mídia e leigos.
Através dela vem à tona as fragilidades de cada um,
os medos, as incertezas, achismos, suposições e
mesmo definições descabidas e inexistentes.
O ser humano necessita de tragédias para evoluir,
fazer delas um aprendizado para reconhecer as suas
diferenças, limitações, capacitações e controle
emocional. Porém, usufruir e dispor da banalidade,
vulgaridade, retórica repetitiva e infindável para lidar
com tragédias, é simplesmente confirmar o prazer
que alguns sentem ao falar sobre elas.

Prazer?? Como Assim??
Tudo que é exagerado e repetitivo ocorre porque,
de alguma forma ele libera as angustias, tensões,
vontades, necessidades, repressões e limitações.
Respostas, perguntas e afirmações partilhadas em
uníssono denominasse “banalidade” e, através da
banalidade compartilhada é mais fácil fazer-se ouvir.

Para alimentar a comoção é preciso apropriar-se de
juízos, esquecer da razão e viajar na emoção.

As tragédias arrancam o véu da puerilidade que
muitos usam para viver num mundo de fantasias.
Onde tudo é perfeição, inclusive a moralidade.
Não é precisa ser muito inteligente para saber que,
tragédias são necessárias para aprendermos a andar
de braços dados com a morte, que a vida é muito
mais complexa do que uma simples tela de monitor
ou, passar uma eternidade repetindo sempre a
mesma música e no mesmo tom.

A partir do momento que o indivíduo apenas
banqueteia-se com os impropérios e desgraças,
é porque está sentindo prazer velado e secreto.
Se não estivesse, partiria para a ação ao invés de
ficar apenas nas conjeturações e especulações.
Por mais que negue, o prazer está lá, camuflado
através da indignação, raiva e condenação.

No momento que o prazer deixa de existir, a
retórica passa a ser outra:
- O quê posso fazer para mudar a situação?
- Posso alterar a ordem natural?
- Tenho eu o poder de julgar?
- Qual minha parcela de culpa?
- É reflexo do que vive a sociedade?
- Estou disposto(a) a agir ao invés de só falar?
- Tenho capacidade suficiente de discernimento?
- Onde termina a indignação e começa a insanidade?
- O quê estou lucrando e ao mesmo tempo ofertando
de produtivo e salutar com a repetitividade?

Esbaldar-se nas tragédias é um prato cheio para a
futilidade, inutilidade e visão limitada.
Ou, quem sabe, falta de assunto construtivo?

(Lélia-LMSPP)



ODE TO JOY


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