Circo dos Horrores

Circo dos Horrores


É deprimente e estarrecedor o que tenho visto, lido
e ouvido desde o assassinato da menina Isabela.
A ânsia em querer fazer justiça com as próprias
mãos, a urgência escandalosa em exigir a indicação
do(s) culpado(s) e a devida condenação, atropelando
e ignorando os trâmites legais do CPC e CP.
(Código de Processo Civil e Penal)

A morte da menina está servindo de banquete para
os programas sensacionalistas e seus repórteres que
falam qualquer coisa para terem audiência.
Está servindo de banquete para apresentadores que
fazem da tragédia uma comédia, induzindo o povo a
esquecer das Leis e menosprezando quem de fato e
direito tem o poder de julgar e condenar.
Está servindo de banquete para os que muito falam
e nada fazem para termos uma sociedade mais justa.

Dizer que este ou aquele assassinato tem maior ou
menor importância é o cúmulo da bestialidade,
ou o cadáver é classificado pela classe social??
Nos últimos dias, parece-me que é este o diferencial
quanto à elucidação do assassinato. Se, a menina
não tivesse como avó um advogado “famoso”, fosse
de classe social desfavorecida teríamos este mesmo
circo armado em rede nacional?? É evidente que o
crime virou uma atração e fonte de rendimento a
partir do momento que as investigações sofreram
pressões, como se a polícia tivesse 24hrs para
elucidar um crime. Creio que o povo está querendo
fazer dos seriados americanos sobre investigações
criminais a cartilha da polícia brasileira.
Há crimes que levam meses ou anos até terem
provas contundentes para indiciar os criminosos,
isto quando conseguem elucidar o caso.

Depois do assassinato da menina Isabela,
aqui em SC um bebê de 45 dias foi sufocado com
um travesseiro pelo pai. Um menino de 6 anos foi
asfixiado e jogado numa pedreira com a participação
do irmão. Por acaso há alguma diferença entre os
três mortos?? Para mim não. São três vidas ceifadas
pela estupidez e brutalidade, no qual a polícia no seu
devido tempo e, seguindo a Lei fará o seu serviço e,
os assassinos serão devidamente indiciados,
julgados, condenados ou absolvidos.

(Lélia-LMSPP)