Ausência Incômoda

Ausência Incômoda


Ausência incômoda é aquela quando um nome,
uma imagem, um som, um apelido ou meia dúzia
de palavras fazem o bitolado e alienado cérebro de
alguns viventes a continuarem a cultivar com
maestria a doentia e viciosa dependência emocional
maligna pelo ausente, algo que é assustador e
preocupante, para não dizer digno de pena.

Preocupante e assustador uma vez que,
esta necessidade em ter o nome do ausente sempre
na ponta da língua e da faca induzirá estes viventes
a deixarem aflorar os fantasmas reprimidos,
a fundir o prazer com a mediocridade,
a preferir a leviandade ao invés da retidão,
a fomentar a estupidez em forma de putrefação.

Ausência incômoda porque, o espaço físico usado
pelo ausente sempre foi motivo de cobiça e inveja,
provocando todas as maledicências imagináveis
e inimagináveis. A frustração ao saber e sentir que,
mesmo depois da ausência este espaço é único e
sem direito a substituição, é necessário e primordial
para estes pobres viventes a continuarem com as
maledicências, leviandades e torpes atitudes.

Relembrar e tecer comentários sobre o(a) ausente
é viver na eterna expectativa de que ele(a) voltará.
É cobrir-se com o véu da ilusão e afogar-se em
devaneios, é esconder-se entre a imbecilidade e
as frustrações acumuladas durante a vida.

(Lélia-LMSPP)

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