
Quando penso que tudo acabou,
há um novo script e a
certeza de que nada terminou.
Tenho saudades do que nunca tive,
tristes lembranças do que pensei que tinha e
decepções do que sei que tive.
Há horas em que a vontade de dizer
o que não devo (ou devo??)
quase chega a ser maior que a razão.
Quem sabe um dia eu deixe de me preocupar
menos com os outros e mais comigo e,
solte o verbo e esqueça a razão.
Insanidade, nostalgia ou carência??
Nenhuma das opções,
é ira mesmo, quando me vem à memória
a infinidade de vezes que me “deixei” usar
como trampolim, escora e muro das lamentações.
É ira mesmo, por ter lutado por algo que julgava
justo e merecedor do dispêndio de minhas energias.
É ira mesmo, ao relembrar a quantidade de
vezes em que estendi as mãos, abri os braços,
dei o coração como colchão e sequei as lágrimas
com suavidade e compreensão que escorriam
pelas faces e inundavam-lhe a alma e o ego.
Passados os momentos de ira,
de revolta, vontade de trucidar sem dó nem
piedade e soltar o verbo aos quatro ventos,
o rosto se ilumina com um largo sorriso,
chegando a gargalhar ante a imbecilidade
dos pensamentos, pois sabe que tudo fará e
repetirá, tantas quantas vezes forem necessárias,
não economizando energias e doando-se por inteiro.
Insanidade, imbecilidade ou carência??
Nenhuma das opções,
apenas a certeza, convicção plena
e resultados reais de que, as sementes que
planto, a maioria germina, cresce, floresce
e serve de amparo, conforto e sustento.
Por maiores que possam ser os momentos de ira,
nada é maior que a grandeza do meu coração e
a sua capacidade em reciclar e aceitar o inaceitável.
(Lélia-LMSPP)
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