Intolerância

Intolerância


Nada mais é do que imposição da própria vontade,
acompanhada de ego inflado e julgando-se melhor
do que tudo e todos, donas da verdade.
É a incapacidade de escutar, respeitar,
aceitar e permitir.

A intolerância vem de berço, onde a
harmonização do diverso e do oposto não fazem
parte do dia a dia, mas sim, apenas quando
algum interesse maior está em jogo.

O indivíduo intolerante é preconceituoso,
retrogrado e falta-lhe senso de humor.
Blasoneia a igualdade, mas a persegue
a partir da diferença.
É obcecado em colocar em prática seus métodos.
Faz as “suas” leis baseadas na inquisição:
absolvição para os iguais,
fogueira para os diferentes.

O intolerante tem a necessidade de reconhecimento,
de ficar num pedestal e ser ovacionado.
Pedestal que usará para julgar e tentar moldar
aqueles e aquilo que foge aos padrões caquéticos
que regem e controlam seu casulo destruidor.
Atropela e passa por cima, magoando e ferindo
sem o menor remorso, uma vez que,
seus verbos prediletos são “ depreciar e destruir”.

O intolerante apenas se identifica com quem não
ofereça-lhe “ameaça” alguma, somente assim não
correrá o risco de seguir o caminho da alteridade.
Não tem a capacidade de se envolver com a magia
do espetáculo porque, sente-se mais confortável
fazendo provocações e entoando cânticos que
irão desencadear a ira coletiva

Se os intolerantes colocassem em prática o que
Milan Kundera escreveu, haveria muito mais
harmonia, complacência e respeito:
“Ninguém possui a verdade,
todos têm o direito a ser compreendido.”

Apesar dos apesares, sem os intolerantes não
haveria como colocarmos em prática habilidades
como a paciência, sensatez e lucidez.
Intolerantes...são os verdadeiros termômetros
da nossa fleuma e inteligência.

A tolerância apenas habita os corações nobres
e aqueles cuja mente é liberta de vícios e
artifícios enaltecendo o “eu”.

(Lélia-LMSPP)