Amizade FraternaAmizade..
muito já escrevi sobre ela.
Falei das diversas formas que ela se apresenta,
da roupagem que a camufla,
dos erros e acertos,
dos enganos e das surpresas
agradáveis ou desagradáveis..
Hoje escreverei das amizades
que vi, senti e vivi e continuo a
viver, sentir e ver.
Ah, amizade, doce amizade..
Há amizades onde à prioridade é o
bem geral da coletividade.
Onde ouvir, falar, amar e respeitar
não são apenas verbos.
Onde o afeto é a linha mestre e
confidências resumem-se a
particularidades de foro íntimo.
Onde existe a comunhão de valores e
a solidariedade é desinteressada.
Amizade...cruel e nefasta amizade..
Há amizades delinqüentes e sabotadoras.
Onde a conquista do poder significa
levar vantagem sobre os demais.
Onde a cumplicidade é para o mal,
encasulando e impondo a vontade da minoria,
subjugando assim a liberdade da coletividade.
Onde impera a intransigência e a coação e,
os fins acabam por justificar os meios.
Onde, faça o que eu digo, mas não
faça o que eu faço é amplamente usado.
Onde a imposição da submissão é
cercada de bajulações e futilidades.
Onde há egos inflados e muita falácia.
Ah, amizade, sedutora e inebriante amizade..
Há amizades que propiciam uma certa intimidade,
despertam interesses e confidenciam
as mais secretas minuciosidades.
Onde a alma aparece desnuda,
o corpo tem formas, cor e som, portanto,
sem devaneios e fantasias equivocadas.
Onde o embalo de uma música leva-te
a visualizar dois corpos deslizando
suavemente pela pista de dança,
completamente alheios aos risos e
buchichos ao seu redor.
Amizade..maledicente amizade..
Há amizades que tem cara e coroa,
os dois lados da moeda.
Onde os equívocos, mal entendidos,
intrigas, fofocas e ressentimentos são usados,
manipulados e adulterados conforme
a necessidade e interesses pessoais.
Onde a verdade está escrachada, armazenada
e documentada, mas é permitido que os
equívocos continuem a serem cometidos,
alimentados e enraizados.
Porque, quanto maior o equívoco,
maior o lucro e o rendimento.
Ah, amizade, fraterna amizade..
Há amizades que não precisam de definição.
São aquelas onde não existe intimidade e
conectividade, nem vínculo afetivo,
mas quando se precisa de ajuda,
ela está lá, solicita e disponível.
Onde, “é dando que se recebe” prevalece.
Onde não há pesos nem medidas,
nem escalas hierárquicas definidas por diplomas.
Onde um elogio sincero, desvinculado da tentativa
de manipulação opera milagres.
(Lélia-LMSPP)


