Olhos Que Não Se Vêem

Olhos Que Não Se Vêem


Olhos que não se vêem,
mãos que não se tocam,
pensamentos que se confrontam
numa disputa de teimosia,
orgulho ferido e medo da ousadia.

Silêncio que não é dos inocentes,
desprezo que é dos valentes,
lamento de quem não é nem inocente e
muito menos valente.

Da pilheria surgiu a tribulação,
da mão estendida veio o desengano.
O silêncio duas vogais e três consoantes enterrou.

Lágrima que não é inocente nem valente.
Abraço que servia enquanto alguma alma sofria.
Palavras ao vento que se perderam numa lufada
acompanhada de chavascadas e lamentos.

Olhos que não se vêem,
mãos que não se tocam,
pensamentos distorcidos
embalados em papel-chumbo,
escondidos entre bombons e sushis.

Pés que se cruzam e se pisam,
que deslizam e provocam risos.
Entre xavecos e sustenidos
há olhos que tudo vêem,
mãos que não se tocam e
uma sinfonia inacabada, sufocada
entre chavascadas, lamentos e ousadia.

(Lélia-LMSPP)


Ich Schenk Dir Die Welt
(Die Prinzen)

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